Um episódio curioso tem marcado a história do Spotify Car Thing, aparelho da gigante do streaming focado em reprodução de música para veículos. Após a empresa ter encerrado as vendas e anunciado o desligamento dos dispositivos até o final do ano, descobriu-se que o Car Thing é, surpreendentemente, um projeto de código aberto.
Josh Hendrickson, um entusiasta de tecnologia, foi quem trouxe a público a informação até então desconhecida. Em postagens no Twitter, Hendrickson revelou que o Spotify Car Thing é baseado no sistema Linux, com o código-fonte de seu U-boot e kernel Linux sendo distribuído através do GitHub. O dispositivo utiliza um chip Amlogic, que abre a possibilidade de execução de códigos personalizados e inclusão de software próprio por parte dos usuários.
No entanto, mesmo com tal flexibilidade, a utilidade do Car Thing é questionável. O dispositivo tem se mostrado incapaz de executar aplicações além de sua função básica, resultado de um hardware modesto, que inclui processador Amlogic de baixo desempenho, espaço de armazenamento insuficiente e uma memória RAM mínima. Essa disparidade entre a abertura do código e as limitações físicas o tornou um eletrônico com pouquíssimo espaço para reaproveitamento ou melhorias significativas, levando Hendrickson a classificá-lo como “lixo eletrônico de código aberto”.
O caso acende um debate maior sobre a tendência de dispositivos específicos para funções que, teoricamente, poderiam ser desempenhadas por sistemas de infoentretenimento veicular já existentes ou mesmo celulares. Nas palavras de Hendrickson, enquanto a natureza de código aberto do Car Thing gera um brilho de esperança para iniciativas de reutilização, suas capacidades restringidas o tornam improvável para usos além do seu propósito inicial.
O futuro dos empreendimentos de hardware do Spotify permanece incerto, mas espera-se que a empresa busque soluções mais adaptáveis e sustentáveis para evitar a obsolescência precoce e desnecessária de seus produtos.
