A T-Mobile recebeu permissão da FCC para desistir de parte de sua faixa de espectro de ondas milimétricas de alta frequência (mmWave) que a T-Mobile considera “não ser viável para implantação efetiva… de uma forma que beneficiaria o público”. As frequências de alta frequência mmWave oferecem as maiores velocidades sem fio, mas percorrem curtas distâncias e os sinais são facilmente bloqueados por árvores e edifícios. A limitada alcance do mmWave é por isso que A T-Mobile, ao contrário da Verizon e da AT&T, decidiu focar na banda média em vez do mmWave.
A banda média é chamada de Ouro das comunicações sem fios porque, embora não seja tão rápida quanto o mmWave (com base na velocidade dos dados de download), ela é 10 vezes mais rápida do que a banda baixa. Adquirir as holdings de espectro de banda média de 2,5GHz da Sprint foi a razão real pela qual a T-Mobile gastou mais de $ 26 bilhões para adquirir seu concorrente. O uso de ondas de rádio de banda média ajudou a T-Mobile a se tornar, discutivelmente, a líder em 5G nos EUA. Verizon e AT&T eventualmente gastaram $ 68 bilhões em espectro de banda C, que está na banda média.
Desde o início, a T-Mobile percebeu o quanto o espectro de banda média seria importante para a conectividade 5G. | Crédito da imagem: T-Mobile
O CEO da T-Mobile, Mike Sievert, diz: “Vou… te levar de volta a ’17 e ’18, quando o mundo estava absolutamente convencido de que o 5G significaria implementações de tecnologias de ondas milimétricas por todo este país. A tecnologia de ondas milimétricas era sinônimo de 5G, se você olhar para trás e se lembrar… E nós olhamos para isso e dissemos: ‘é assim que o 5G vai ser vencido ou perdido’.”
A T-Mobile informou à FCC que não tem planos de expandir sua cobertura de mmWave para áreas além de pequenos centros urbanos. Novamente, isso se deve à alcance limitada dos sinais. A FCC retomará a posse deste espectro e poderá disponibilizá-lo para outros provedores de serviços sem fio que possam desejar.
“A T-Mobile está usando sua faixa de espectro de 28 GHz em locais como arenas e estádios durante eventos de grande público para aliviar o congestionamento de rede. No entanto, mesmo nesses cenários, a T-Mobile não consegue satisfazer os requisitos de desempenho… porque as características de propagação do espectro só permitem comunicações estáveis em distâncias limitadas onde há visão direta entre os locais de transmissão e recepção.” – T-Mobile
Essa decisão poderia ter colocado a T-Mobile em perigo de ter a FCC cancelar todas as suas licenças de espectro, uma vez que a operadora não será capaz de atender aos requisitos da FCC de fornecer cobertura móvel para pelo menos 40% da população nas áreas geográficas cobertas por suas licenças de mmWave ou 25% da região geográfica coberta pelas licenças. Mas a operadora informou à FCC que seria melhor se redesenhasse suas licenças de espectro em torno de sua área de cobertura menor e a FCC concordou. A T-Mobile chama suas licenças de espectro menores de “Áreas Retidas”.
A T-Mobile atendeu aos requisitos originais da FCC em 12 de suas licenças de 28GHz (mmWave). Em seus 18 mercados restantes, ela recebeu permissão da FCC para redesenhar suas licenças em torno de uma área de cobertura menor. Por exemplo, em Los Angeles, a cobertura de 28GHz da T-Mobile ia de Burbank a Long Beach. Mas depois que a T-Mobile redesenhou sua licença para corresponder à sua cobertura mmWave no centro de Los Angeles.
Os analistas estão surpresos porque o espectro é normalmente visto como uma commodity valiosa pelas operadoras sem fio e ainda assim a T-Mobile está desistindo desse espectro gratuitamente. A mmWave de alta frequência é menos valiosa do que a banda baixa e a banda média. Por exemplo, a Verizon recentemente pagou $ 1 bilhão por parte do espectro de baixa frequência da UScellular. Considerando que a T-Mobile foi a primeira das grandes operadoras dos EUA a entender que o 5G era melhor servido pelo espectro de banda média, ninguém deveria criticar a empresa por sua estratégia quando se trata de suas licenças e holdings de espectro.