Caminhos Amefricanos: Estudantes Brasileiros Fortalecem Formação Antirracista em Cabo Verde
Um grupo de 50 intercambistas brasileiros desembarcou recentemente em Cabo Verde para participar da terceira edição do Programa de Intercâmbio Sul-Sul, denominado Caminhos Amefricanos. Essa iniciativa, promovida pela Pró-Reitora para Investigação e Formação Avançada da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), Sônia Semedo, foi idealizada para fomentar o aprendizado e o fortalecimento de profissionais negros que atuam no Brasil e, especialmente, no combate ao racismo.
Os estudantes selecionados, todos autodeclarados como negros, estão matriculados em cursos de licenciatura em Instituições de Ensino Superior públicas do Brasil e foram escolhidos entre 230 candidatos. Durante a programação de 15 dias, eles participarão de seminários, oficinas temáticas e atividades culturais que visam a celebração e a valorização da história e cultura africana.
Entre as atividades planejadas, os alunos participarão de mesas de debate que abordarão a juventude, empreendedorismo e as relações étnico-raciais e de gênero entre Brasil e Cabo Verde. Além disso, diversas exibições de filmes documentais e visitas a sítios culturais da capital caboverdiana, a Praia, estão agendadas. O diretor de Políticas de Combate e Superação do Racismo, Luiz Paulo Bastos, e a Coordenadora-Geral de Justiça Racial e Combate ao Racismo, Kátia Evangelista, estão acompanhando os intercambistas e coordenando as atividades.
“Finalizar o ano com a terceira edição deste programa mostra a todos a força que ele tem para incentivar a valorização da história e cultura africana e afro-brasileira na educação do país”, afirmou Luiz Paulo Bastos. O programa busca também capacitar os participantes para que, ao retornarem ao Brasil, possam atuar de maneira mais consciente em suas salas de aula, promovendo uma educação que respeite a diversidade racial e seja mais inclusiva.
A ação é uma parte do esforço para atender à Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas brasileiras. Com isso, o Caminhos Amefricanos não apenas proporciona uma experiência enriquecedora para os estudantes, mas também cumpre um papel crucial na formação de profissionais sensíveis às questões raciais.
O intercâmbio está programado para ser encerrado no dia 13 de dezembro, quando os estudantes terão passado por um intenso processo de formação que promete capacitá-los para um futuro mais inclusivo e igualitário.
Perguntas e Respostas
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O que é o Programa Caminhos Amefricanos?
- O Caminhos Amefricanos é um Programa de Intercâmbio Sul-Sul que visa proporcionar formação e fortalecimento de estudantes negros brasileiros, promovendo a cooperação internacional e a educação antirracista.
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Quem pode participar do programa?
- Podem participar estudantes quilombolas e autodeclarados pretos ou pardos, matriculados a partir do 5º semestre em cursos de licenciatura em Instituições de Ensino Superior públicas no Brasil.
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Quais atividades os estudantes realizarão em Cabo Verde?
- Os estudantes participarão de mesas de debate, oficinas, exibições de filmes documentais e visitas a sítios culturais, abordando diversos temas relacionados à juventude, empreendedorismo e relações étnico-raciais.
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Qual o objetivo da Lei 10.639/03?
- A Lei 10.639/03 estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nas escolas do Brasil, visando promover o respeito à diversidade e combater a discriminação racial.
- Quando o intercâmbio será finalizado?
- O intercâmbio do Caminhos Amefricanos será encerrado no dia 13 de dezembro, ao final de 15 dias de atividades e aprendizados significativos.
