Brasil Recebe Prêmio Nansen da ONU em Reconhecimento a Iniciativas Voltadas aos Refugiados
Na última segunda-feira, 9 de dezembro de 2024, a Irmã Rosita Milesi foi homenageada com o Prêmio Nansen em uma cerimônia realizada no Palácio Itamaraty, em Brasília. A premiação, uma iniciativa da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) em parceria com o governo brasileiro, destacou a contribuição da laureada em prol dos refugiados e das populações deslocadas ao longo de suas quatro décadas de trabalho humanitário.
Durante o evento, a Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, ressaltou a importância do prêmio, não apenas como um reconhecimento ao trabalho da Irmã Rosita, mas também como um chamado à ação no combate às crises humanitárias e climáticas que forçam milhões de pessoas a deixar suas casas. “É uma honra para o Brasil ter uma brasileira recebendo esse prêmio e que isso nos oriente na construção da nossa agenda política”, declarou a ministra.
A Irmã Rosita, advogada e ativista social, expressou sua gratidão a todos que a apoyaram em sua trajetória e destacou que a luta pelos direitos dos refugiados vai além de um esforço individual, sendo um movimento coletivo que requer a participação de diversos atores na sociedade. "As histórias de vida que conheci muito me ensinaram. A invisibilidade que afeta as pessoas refugiadas é uma realidade que precisamos enfrentar juntos", afirmou.
O Prêmio Nansen foi criado em 1954 em honra ao diplomata norueguês Fridtjof Nansen, conhecido por seu papel como o primeiro Alto Comissário para Refugiados da Liga das Nações. A premiação reconhece indivíduos e organizações que se destacam em proteger aqueles que são forçados a deixar suas casas por necessidade, condecorando não só contribuições globais, mas também esforços regionais, que desde 2017 passaram a ser reconhecidos.
Este ano, o prêmio inova ao destacar a atuação de mulheres no contexto humanitário, refletindo a crescente importância de sua presença na busca por soluções efetivas para a proteção e integração das populações deslocadas. Além da Irmã Rosita, foram homenageadas outras quatro mulheres em diferentes regiões do mundo: Maimouna Ba (África), Deepti Gurung (Ásia e Pacífico), Jin Davod (Europa) e Nada Fadol (Oriente Médio e Norte da África), em um forte reconhecimento do papel feminino em ações humanitárias.
Com a crescente urgência de abordar as crises de deslocamento forçado no mundo, o evento ressaltou não apenas a importância do acolhimento e da integração, mas também a necessidade de uma ação global conjunta para promover a paz e mitigar os efeitos da crise climática, que é um dos principais motores desses deslocamentos.
Perguntas e Respostas:
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O que é o Prêmio Nansen?
O Prêmio Nansen é uma distinção da Acnur (Agência da ONU para Refugiados) que reconhece indivíduos ou organizações que se destacam em seus esforços para proteger e promover os direitos das pessoas refugiadas. Criado em 1954, homenageia o diplomata norueguês Fridtjof Nansen. -
Quem foi a laureada de 2024?
A Irmã Rosita Milesi foi a laureada global do Prêmio Nansen em 2024, reconhecida por seu trabalho humanitário ao longo de quase 40 anos, defendendo os direitos e a dignidade das pessoas em situação de deslocamento. -
Qual é a relevância do prêmio para o Brasil?
O prêmio representa um reconhecimento global do trabalho humanitário realizado por cidadãos brasileiros e reforça a posição do Brasil como um país que acolhe e integra refugiados, além de inspirar a construção de políticas mais eficazes de promoção da paz e da dignidade humana. -
Quais são os outros vencedores regionais do Prêmio Nansen 2024?
Os vencedores regionais em 2024 foram: Maimouna Ba (África), Deepti Gurung (Ásia e Pacífico), Jin Davod (Europa) e Nada Fadol (Oriente Médio e Norte da África). - Como o prêmio destaca o papel das mulheres no contexto humanitário?
O Prêmio Nansen 2024 fez um reconhecimento inédito da atuação de mulheres no cenário humanitário, sublinhando a importância de suas contribuições na busca por soluções eficazes para a proteção e integração de pessoas deslocadas forçosamente, ressaltando o papel crucial que desempenham em suas comunidades.