Saúde intensifica ações em Roraima para enfrentar impactos da seca e estiagem
Por João Vitor Moura, Ministério da Saúde
Com a escassez de água no rio Branco e o agravamento da seca em Roraima, a saúde pública no estado enfrenta desafios consideráveis. Para lidar com essa crise climática, o Ministério da Saúde enviou uma equipe técnica para desenvolver estratégias que possam mitigar os impactos das doenças relacionadas à seca, estiagem e queimadas.
A ação faz parte de uma iniciativa da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde, que já visitou municípios como Alto Alegre, Boa Vista, Bonfim e Pacaraima. A equipe busca compreender as necessidades locais e formular soluções em colaboração com as autoridades estaduais e municipais.
Entre os 11 municípios que tiveram a emergência reconhecida pelo Governo Federal, Alto Alegre e Pacaraima são áreas crítica, onde a população indígena, que representa uma grande parcela do estado, sofre mais intensamente com a falta de água. "Conhecemos a realidade da população para criarmos estratégias de enfrentamento mais eficazes", afirmou Lucas Fonseca, do Programa Nacional de Vigilância em Saúde dos Riscos Associados aos Desastres.
A severidade da seca em Roraima não pode ser subestimada. Entre janeiro e março de 2024, o estado registrou 40% do total de focos de incêndio no Brasil, emitindo mais de 4 mil ocorrências, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os indígenas são particularmente vulneráveis, visto que dependem tanto do rio para o transporte quanto da chuva para a agricultura.
Além dos problemas de acesso à água, a população enfrenta um aumento nas doenças relacionadas ao armazenamento inadequado de água, como dengue e doenças diarreicas agudas. Para confrontar essas questões, os técnicos estão focando na educação em saúde, orientando o uso adequado do hipoclorito de sódio para tornar a água potável.
Em Alto Alegre, a população indígena, que vive em 160 aldeias, tem enfrentado dificuldades significativas no acesso à saúde, acentuadas pelo decreto de emergência em vigor. Boa Vista, a capital, atingiu níveis alarmantes de poluição do ar devido às queimadas, com índices de material particulado mais altos que cidades conhecidas pela poluição.
A visita da equipe técnica, portanto, não apenas visa diagnosticar e tratar os problemas existentes, mas também trabalhar em um plano de contingência eficaz para garantir que a população, especialmente as comunidades mais afetadas, receba o suporte necessário durante esse período crítico de estiagem.
Perguntas e Respostas
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Quais são os principais problemas de saúde associados à seca em Roraima?
- Os principais problemas incluem aumento nas doenças respiratórias, doenças diarreicas agudas e dengue, resultantes do armazenamento inadequado de água.
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Como o Ministério da Saúde está respondendo à seca em Roraima?
- O ministério está enviando equipes técnicas para diagnosticar os efeitos da seca e colaborar com as autoridades locais na criação de estratégias de saúde pública.
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Quem são os mais afetados pela crise hídrica em Roraima?
- A população indígena é a mais afetada, já que depende dos rios para transporte e da chuva para colheitas. Aproximadamente 16.5 mil indígenas já foram impactados pela falta de água.
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O que a população pode fazer para lidar com a água potável?
- A equipe de saúde está ensinando sobre o uso do hipoclorito de sódio para desinfetar a água, além de fornecer orientações sobre armazenamento seguro.
- Qual o impacto das queimadas na saúde pública durante a seca?
- As queimadas aumentam a poluição do ar, exacerbando problemas respiratórios e comprometendo a saúde da população, especialmente em áreas como Boa Vista, que registrou altos índices de material particulado.