A Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS) é um fenômeno intrigante que afeta uma vasta área da América do Sul, incluindo significativamente o sul do Brasil. Este fenômeno é caracterizado por uma espécie de enfraquecimento na proteção magnética da Terra, localizado sobre o Atlântico Sul, estendendo-se até a África. Uma das consequências diretas da AMAS é a maior vulnerabilidade dos satélites que orbitam nosso planeta à radiação cósmica quando passam por essa região com baixa proteção magnética. Este comportamento anômalo do campo magnético terrestre pode ser rastreado até 11 milhões de anos atrás, de acordo com estudos recentes.
Os cientistas, em um esforço para desvendar os mistérios da AMAS, analisaram rochas vulcânicas da ilha de Santa Helena. Essas rochas, ao esfriarem, magnetizaram partículas de óxido de ferro, preservando a direção e a força do campo magnético da Terra naquele momento. Os registros indicam que o campo magnético na região da AMAS tem sido instável durante milhões de anos, sugerindo que esta instabilidade não está diretamente relacionada a uma reversão iminente do campo magnético do planeta.
Além disso, o Observatório Nacional (ON) do Brasil tem feito esforços significativos para entender melhor a AMAS. Mais de 32 mil magnetogramas, que são registros em papel das variações do campo geomagnético da Terra, estão sendo digitalizados e catalogados. Esses registros, que abrangem 92 anos de atividade, são cruciais para estudar fenômenos como tempestades magnéticas.
A AMAS tem importância não apenas científica, mas também prática. Apesar de aumentar os níveis de radiação ionizante e vento solar, estudos indicam que seu impacto não é significativo em voos comerciais e na saúde humana. No entanto, a anomalia pode afetar tecnologias que dependem de satélites, como sistemas de GPS e comunicação, já que satélites em órbita baixa da Terra podem ser afetados pela maior exposição à radiação na região da AMAS.
Essas descobertas e estudos são vitais para a compreensão do campo magnético da Terra e suas implicações para a vida e a tecnologia em nosso planeta. A continuação das pesquisas nessa área é fundamental para desvendar os mistérios da AMAS e suas implicações a longo prazo para o nosso mundo.
