segunda-feira, abril 29, 2024
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Uma nova geração para quem a desigualdade de gênero não existe: verdade ou utopia?

Co-fundadora de startup de tecnologia, Andressa Vergutz afirma que as coisas mudaram, mas o caminho ainda é longo

O último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 2022 mostrou que a população brasileira é majoritariamente feminina, correspondendo a 51,5 % das 203,1 milhões de pessoas no país. Mas já se sabe que esse número não é proporcional aos postos de trabalhos e cargos ocupados por mulheres dentro das empresas, principalmente no que diz respeito aos cargos estratégicos de gestão.

Em média, as mulheres ganham 22% a menos que os homens, também segundo o IBGE. Dependendo da área, quanto mais alto é o cargo, maior a diferença salarial. Com anos de experiência no mercado da tecnologia, Andressa Vergutz, co-fundadora e head de tecnologia da Easy360 – uma startup paranaense especializada em conectar vendas e operações nas indústrias com tecnologia de ponta – sabe que ainda há um grande preconceito com a atuação das mulheres. “O setor de tecnologia é uma área predominantemente masculina. Fiz mestrado, doutorado e hoje sou fundadora da empresa. Mas essa não é a realidade para muitas mulheres, ainda há muito julgamento do mercado, muita descrença, perguntam ‘será que ela é capaz?”, analisa Andressa.

Muito mais que mudar a cultura e as políticas dentro das organizações, algumas empresas já estão nascendo com uma nova mentalidade em relação à igualdade salarial. “Desde a criação da Easy360, nós trouxemos muito forte uma cultura de igualdade”, pontua. Ela explica que, hoje, metade da equipe é composta por mulheres, nos mais diversos setores.

Andressa explica também que o processo de busca por novos talentos é sempre baseado em competências técnicas e comportamentais, nunca em uma análise de gênero.

A especialista conta que já recebeu olhares em diversos locais por ser uma mulher na área da tecnologia e estar em uma posição de liderança e questiona “por que as mulheres não estão chegando nesses cargos? Será que existem incentivos? Treinamento? Ou será que, por falta de representatividade, elas não se enxergam em cargos assim?”, reflete.

Esse ano, o Governo Federal iniciou, ainda de maneira experimental, a implementação do Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios do Primeiro Semestre de 2024. As empresas com mais de 100 colaboradores tinham até o dia 29 de fevereiro para preencher e enviar esse relatório. Com base nos dados será possível analisar se existe alguma disparidade nos salários de homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo. Uma política pública que visa diminuir a desigualdade salarial no Brasil, incentivando a presença feminina dentro de diversos espaços e transformando as empresas em um local de equidade.

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